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Escola de Samba Unidos de Vila Isabel

Unidos de Vila Isabel
Unidos de Vila Isabel
RJ
http://www.gresunidosdevilaisabel.com.br

Na década de 40, Antonio Fernandes da Silveira, mais conhecido como "Seu" China, viu em um bloco de rua a chance de escrever seu nome na história do carnaval. A inspiração veio do Acadêmicos da Vila, que desfilava pelo charmoso bairro de Vila Isabel, reduto do grande sambista Noel Rosa. O bloco era reconhecido por sua organização: fantasiava todos os componentes e usava uma corda para separá-los do público. Disposto a criar uma escola de samba, "Seu" China reuniu, no Morro dos Macacos, amigos do Acadêmicos da Vila (além de alguns integrantes do Bloco de Dona Maria Tataia) para fundar, em 1946, a Unidos de Vila Isabel.

Os foliões, em sua maioria, moravam nas redondezas do bairro e agora só queriam desfilar na Praça XI, no Centro do Rio, junto com outras escolas importantes, como Mangueira e Portela. Nessa história, as cores mudaram. É que a Acadêmicos da Vila vestia o vermelho e o branco, mas, por indicação do China, a nova escola de samba assumiu as cores que até hoje estampam sua bandeira: azul e branco.

Seu primeiro desfile oficial foi em 1947, com um número módico de 100 componentes. Depois de quase 20 anos desfilando em grupos secundários, em 1966 a Vila conquistou o direito de se apresentar no panteão do carnaval carioca, com o enredo "Três épocas do Brasil". A escola surpreendeu com um quarto lugar, quebrando a hegemonia de quatro potências da época: Portela, Mangueira, Império Serrano e Salgueiro.

Uma das tradições da Vila Isabel era sua boa safra de sambas. E um dos responsáveis por esse mérito foi Martinho da Vila. O compositor, que estava quase debandando para o Império Serrano, foi convidado a vestir a camisa da azul-e-branco em 1966. Martinho brindou os amantes do carnaval com sambas memoráveis, como "Quatro séculos de modas e costumes", até hoje cantado em rodas de samba. Inspirado no partido alto, o compositor trouxe novidades à estrutura dos sambas-enredo da época, com letras e melodias mais leves, como podem ser comprovadas em outras de suas obras importantes: "Yayá do Cais Dourados" (1969) e "Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade" (1972).

Em 1980, a escola voltou ao Grupo Especial, depois de sofrer seu primeiro rebaixamento. E o retorno não poderia ter sido melhor: com o enredo "Sonho de um sonho", inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade, a escola cantou um dos mais belos sambas da história do carnaval ("Sonhei / Que estava sonhando um sonho sonhado / O sonho de um sonho magnetizado"). O autor? Martinho da Vila, junto com Rodolpho e Graúna.

Com a competição cada vez mais acirrada, a Vila queria brigar entre as grandes e, para isso, contratou em 1985 o carnavalesco Max Lopes, recém-consagrado campeão pela Mangueira. Mas a parceria, embora tenha rendido bons desfiles, durou pouco, até 1987. Sem quadra para ensaios e com pouco dinheiro em caixa, a escola optou, em 1988, por abordar um tema africano, em comemoração aos 100 anos da Abolição da Escravatura. O enredo escolhido foi "Kizomba", palavra de origem angolana que significa "confraternização".

A Avenida se transformou em um verdadeiro terreiro. Depois de ver tanto luxo e requinte em outras escolas, o público nas arquibancadas aplaudiu a passagem de uma Vila Isabel rústica, usando materiais simples, mas com uma garra poucas vezes vista nos desfiles - resultado de um samba irretocável e da vontade dos foliões de cantar "Valeu, Zumbi, o grito forte dos Palmares". Para Luiz Carlos da Vila, um dos autores da obra histórica, cada componente, naquele momento, estava incorporado por um orixá. E os deuses africanos, envaidecidos diante de toda essa festa proporcionada pela Vila, abençoaram o primeiro campeonato da escola.

Depois da vitória, a comunidade azul-e-branca enfrentou dificuldades para se manter no Grupo Especial, brigando por alguns anos para não cair. O rebaixamento veio em 2000, e a escola amargou quatro anos no Grupo de Acesso A, até garantir o direito de retornar à nata do samba, em 2004. E, para fazer uma reestréia em grande estilo, contratou o carnavalesco Joãosinho Trinta, que, mesmo com problemas de saúde, desenvolveu o enredo "Singrando em mares bravios... E construindo o futuro", sobre a história das navegações.

A glória voltou a pairar pelas bandas do Boulevard em 2006, quando conquistou seu segundo campeonato com o enredo "Soy loco por ti, América: a Vila canta a latinidade". Foi uma espécie de "Kizomba" latina, feita com maestria pelo carnavalesco Alexandre Louzada, em seu primeiro ano na azul-e-branca. O campeonato da Vila quebrou um tabu: venceu desfilando num domingo de carnaval, quando a tendência dos últimos dez anos era de sair na segunda a grande vitoriosa do ano.






 
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